terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pai Compartilhado

Olá a minha meia dúzia de seguidores. É verdade, é verdade...chega a ser uma vergonha voltar a escrever o De pai pra Filha depois de tanto tempo ausente. Mas, em minha defesa, tenho alguns argumentos muito bons e - espero - convincentes.

Em resumo, foi o seguinte: em 2011, justamente o ano da última postagem (se não me engano), casei de novo. De novo, ora. E daí? Enfim, aquela loucura que todo mundo conhece ou vai se ver nela um dia. Algumas razões pessoais e a falta de tempo acabaram por me afastar desse teclado.

Em 2013, minha caçula nasceu. Olívia. Uma linda. Vira-lata que só ela. Aí mesmo é que a coisa degringolou. Não dava para parar de trabalhar ou de treinar jiu-jitsu. Parei o blog.

Mas, eis que o destino bate à porta novamente, e, 11 meses depois do nascimento da bolota, me separei de novo. É, de novo. E daí? Tô tentando como todo mundo...enfim, confusão, justiça e...tan, tan, tan, tan...guarda compartilhada/alternada. Meus seis seguidores já sabiam de cor e salteado que eu já tinha essa guarda com a Maria Paula, protagonista do De pai pra Fila: dia sim, dia não a danada está comigo.

E assim foi-se também com Olívia. Ou seja, agora tenho a guarda alternada das duas ao mesmo tempo, claro: dia sim, outro não.

Portanto, não havia mais sentido em escrever um blog chamado De pai pra Filha, uma vez que agora tenho duas herdeiras. E acho também que esse modelo de blog já está perto de se esgotar. Não queria parar de escrever sobre o tema, de passar minhas experiências para outros pais. Mas não mais desse jeito.

Foi quando surgiu a ideia do Pai Compartilhado, minha mais nova empreitada nessa área de linhas mal traçadas sobre paternidade sem maternidade. Mas não quero tirar o efeito surpresa do novo blog. É, vocês seis terão que esperar mais um pouco. Ele está quase saindo do forno.

De minha parte, acho que o Pai Compartilhado está maneiríssimo. Feito com carinho. Moderno e mais abrangente.

Enfim, é isso. Espero que vocês possam esperar e gostem do resultado.

Abraço a todos os seis,

Paulo, Maria Paula e Olívia. Todos, Gomide.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Perguntas para a vida

O amor de pai é uma aventura. É como se aventurar por poços abissais, tão escuros como a alma de outrem. É um sentimento um tanto quanto contraditório. Não no sentido sentimento, entende? Esse é imutável, imexível, imaculado, certo. O conflito aparece, na verdade, nas esperanças do próprio pai. Na verdade que nós mesmos acreditamos como verdade. Nós – pais – damos, mas vamos cobrar ali na frente. Pode ter certeza. De uma maneira sutil, paternal, às vezes um tanto obscura – na maioria das vezes pra nós mesmo -, mas vamos.

Precisamos desse sentimento, que nos alimenta e nos impulsiona. Nos cobre de glórias e infortúnios. Dá tanto trabalho...mas temos que amar. Somos pais. Mas a vida, ah essa vida bandida, teima em nos pregar peças quando mais estamos despreparados, quando estamos olhando para o outro lado. Quando estamos de guarda baixa.

E aí, só nos resta aprender. Mesmo que ainda não nos tenha sido ensinado. Aprender a amar um filho especial, homossexual, maravilhoso ou transviado, bem-sucedido ou acomodado. Aprender a amar aqueles que eles próprios vão amar, mesmo não sendo o nosso amado ou preferido.

O amor de um pai não se exaure, repousa. Não muda, se transforma. Os livros nos ensinam como trocar fraudas, como ajudá-lo a ler aos seis anos, que eles – os filhos – procuram limites dos pais. Mas nenhum nos dá a mínima noção do amor extremo. Dedicado. Ilimitado. Cansativo. Singular. Nenhum. E aí, como lidar com esse sentimento? Que teima em não sair mais do seu coração, das suas entranhas. Da sua vida.

Um dia, ouvi – em uma conversa fortuita – um filho que já era pai dizer: “Meu pai foi muito duro comigo. Não esteve muito comigo, mas hoje eu vejo como foi importante para mim esse limite”. Meu Deus...ninguém nos disse que os filhos crescem. Um dia. Sem a sua permissão. No máximo, você tenta mostrar a direção que acha certa. Mas, quando você se dá conta...um abraço. Não tem mais a cadeirinha da bike para ir à escola ou à pracinha. Nada mais de beijinho na boca. Pedir ajuda para descer da mesa de 50 cm quando ele já tem um metro? Não mais. E os desenhos animados, cujas músicas não saem da cabeça por anos, martelando como um lembrete que sua filhotinha está ali, lindinha, pequena, precisando de você para se divertir com a Puca ou com o backardigans. Saem de programação. Como uma tela preta.

Aí, sem mais nem menos, percebemos que outras pessoas entraram em suas vidas, que antes pertenciam a nós, pais. Nos transformamos em motoristas da balada e rezamos a santos que nem sabíamos que conhecíamos para que eles voltem sãos e salvos. E vemos, sem nenhuma estribeira, as fraldas sendo substituídas pelas calças jeans. As bolsas que abrigavam confortavelmente os ades de frutas e soja e os biscoitos sortidos por mochilas onde repousam os ipods e ipads do século XXI.

E essa mudança frenética vai esbranquiçando os cabelos e moendo nossas hérnias. Mas a dor mesmo vem da certeza de que isso também passa. Nossos filhos estão indo embora, namorando, casando, assumindo o controle. Assim como fizemos um dia. E bate à nossa porta uma dúvida tão cruel quanto verdadeira. Valeu à pena ensinar tanto limite? O preço não foi alto demais? Ficar longe.

Será que abraçamos nossos filhos tantas vezes quanto deveríamos? Será que não deveríamos tê-los coberto na cama mais vezes? Deixado de ver nossos amigos para vê-los em casa acordados? Quem garante que mimamos nossos filhos o suficiente para assegurar-lhes a felicidade plena. Se é que ela existe. Por que não deixamos que eles comessem mais nuggets nos almoço, ao invés de empurrar-lhes brócolis insosso? Tenho a nítida impressão que chegarei mais lá na frente com a certeza de que, ao invés de gritar com minha filha, deveria tê-la deixado dormir mais vezes na minha cama. E sem escovar os dentinhos. Que deveria ter comprado mais revistinhas na banca da esquina, ao invés de ter mentido que não tinha uma mísera moeda. Só para ensinar-lhe que ela não pode ter tudo a tempo e a hora. Não pode por quê? Por que a vida é assim? Ora...

Por que não exercitei na minha filha todo o amor que tenho aqui dentro? É o que vou me perguntar.

Desculpem o desabafo e as linhas mal traçadas. Não foram escritas com o teclado, mas com o coração.

terça-feira, 19 de julho de 2011

BURACOS DA VIDA

Engraçado. Vendo a apresentação de balé da minha filha no Domingo (teatro Odylo Costa Filho – Uerj), só conseguia pensar no futuro. “Ela será mesmo bailarina?” “Vou aguentar ver minha filha realizar um solo em um grande teatro?” “Ela vai se machucar muito ensaiando?” “O namorado também será bailarino?” Vixi...que namorado que nada!!!

Enquanto a mãe ao meu lado realizava uma avant-première em lágrimas, eu me segurava para não dar o meu showzinho de frescura – não deu – e quase me desconcentrei da apresentação mergulhado nesses pensamentos bobocas. Quase perdi toda a emoção de ver filhotinha danada da breca em um palco imenso, com tantas bailarinas lindas e performáticas, fazendo a sua apresentação. Errando, acertando, emocionando. Floco de neve do Quebra Nozes.

Sem rodopiar no lugar comum, já me aventurando, ela que seja o que ela bem entender (tá, mais ou menos...), contando que seja feliz, faça com paixão e deixe papai e mamãe estarem lá para apoiar. Pra se emocionar. Pra rir e chorar. Pra acarinhar e direcionar (quando for o caso). Ou só para curtir um espetáculo de balé no findi. Ok, precisaremos de ingressos grátis. Tomara que ela consiga.
Que salte ao encontro do amor. Que rodopie em busca de sucesso profissional. Que baile como mãe serena e dedicada. Talvez nem tão serena assim, conhecendo a danada. Mas dedicada não abro mão! Ou que dance conforme a música. Não importa. Com certeza estaremos na primeira fila sempre, para não deixar que ela caia. E, se cair, que veja papai e mamãe junto com ela. Pra não se sentir só nalgum buraco da vida.


Não é tradição a bailarina receber flores após a apresentação? Então, papai levou. Na foto com mamãe











terça-feira, 5 de julho de 2011

NÃO TÔ BEM...

Eu já devo ter falado isso por aqui, pros meus seis leitores. Pelo menos para algum dos seis. Não lido bem com a rejeição da minha filhota. Por menor que seja. E olha que é bem pequena mesmo, mas é como uma espécie de hipocondria. Sei que não tem problema algum, é até normal, mas não consigo enxergar com essa clareza toda. Tenho problemas...

Enfim, minha danada da breca está numa fase mãe TOTAL. Diz que ama a mãe muito mais do me ama (“Do tamanho da galáxia”, se desmancha). Dá 20 beijos nela (me olhando de canto de olho) e apenas um em mim. E ainda faz chacota, a bandida. Mesmo assim, vai pra casa do papai as três vezes na semana, sem reclamar muito. Tá...reclama um pouco e diz – sempre que pode – que está com saudade da mamãe.

Para tentar amenizar esse stress, procuro fazer uma programação divertida, na tentativa de tornar o tempo dela com o papai mais legal. Claro que não abro mão das broncas, castigos e afins que orbitam a educação que tento passar para ela. Quem quiser que leia ‘limites’. Ontem à noite (4/7), fizemos bolinhos de chuva – motivados pelo clima londrino que pairou sobre o Rio. Ficaram ótimos. Compramos os ingredientes, arrumamos a mesa e filhotita ajudou com a massa. Eu fritei com ela longe, que fique bem claro.

E sabe o que aconteceu quando ficaram prontos? Nadica de nada. A bandida não deu uma única dentada na p...orra dos bolinhos. Tive, claro, que comê-los sozinho. Mas, beleza, foi bem divertido. E na manhã de hoje (5/7), depois que preparei o almoço (bem cedo) – pois passo as manhãs de terça e quinta com ela –, lá fomos nós para outra aventura apartamentística, pois com essa friaca é impossível tirar a menina de casa: acabamos de forrar as gavetas do armário dela (já postei aqui as fotos da forração do interior do armário). Essa ela nem ajudou muito. Ficou desenhando e me atrapalhando...e reclamando.

E pra que esse post enorme? Tudo para dizer uma coisa bem diminuta: dá um puta trabalho ser pai separado.




Gavetinhas forradas...




Ingedientes a postos



Com a mão na massa


Tcham, tcham, tcham, tcham...







terça-feira, 21 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

MISTURA MELEQUENTA

Quarta à noite é dia de pizza na pizzaria e de mistura melequenta em casa...papai e filhotita adoram. Sempre.















terça-feira, 31 de maio de 2011

PAI, ESTOU AQUI

Aconteceu uma coisa - digamos - engraçada? Estranha? Reveladora? Ah, sei lá...só aconteceu uma coisa no treino de jiu-jitsu hoje. Treinava com um grande amigo (grande mesmo, uns 95kg). Estava por baixo, fazendo guarda e tentando raspá-lo (uma espécie de inversão, onde eu ficaria por cima). A certa altura, vi que seria impossível inverter o jogo, já que o cara é muito pesado. Mas não dava para parar, para desistir. O jiu-jitsu é assim. Mesmo sabendo que é muito difícil, você não desiste, não pode esmorecer. Naquele momento lembrei de uma conversa que tive com uma amiga de faculdade, horas antes, via facebook.

A conversa com a amiga versava justamente sobre o blog De Pai pra Filha. Ela elogiava a minha atitude como pai e, ao mesmo tempo, contava que o pai do filho dela (15 anos, acho eu) não via o filho havia três meses. TRÊS MESES???

Cara, o que é isso? Sei, por experiência própria (e depois conto essa história), que a vida acaba pregando algumas peças na gente e nos afasta dos filhos, por exemplo. Também sei que toda história tem três lados: um lado, o outro lado e o lado verdadeiro. E nenhum dos lados coincidi. Nunca. Por isso, esse post não é um julgamento, mas um alerta.

Não importa o quanto se trabalhe. Não importa o quão longe estamos da casa da ex. E, principalmente, não importa se os filhos querem ou não te ver...eles têm que te ver. Eles podem ainda não saber, mas necessitam da sua presença. Assim como a da mãe.

Independentemente da separação, nossos filhos precisam saber o nosso time de coração. Precisam estar cientes do esporte que praticamos ou gostamos. Você precisa fazer com que os filhos saibam que tipo de sapato usa. Fica sempre mais fácil para eles no Natal. E a recíproca, claro, precisa ser verdadeira. Qual o desenho que a sua filha mais gosta? E o nome da melhor amiguinha dela? E a cor do esmalte? Não sabe? Mas são informações cruciais, meu chapa. Como não sabe? Por que não convive de maneira mais próxima. Não escuta, não pergunta, não tá ali...levando na escola, buscando do balé ou da natação, conversando ao pé do ouvido antes de levá-la para escovar os dentes e botá-la na caminha.

Sério, não dá para deixar a vida te encurralar desse jeito. É você quem deve comandar isso, tomar as rédeas do seu amor pelos filhos. Vai lá Mané, ainda dá tempo. Três meses é tempo mais do que suficiente para pensar nisso!